segunda-feira, 23 de julho de 2007

Preconceito – A coisa não “tá” brincadeira hein?!

João, que não é o meu amigo de blog, era um sujeito “descolado”, cabelos longos, tatoo da hora, recém chegado em Rio Branco. Era aquele tipo de sujeito que gostava de amizade, de noitadas acordadas entre essas outras coisas que rolam nas noitadas.

Porém, João ainda não estava entrosado na galera da rua aonde ele veio morar, aliás, um bairro de classe alta da nossa cidade que não “tá” brincadeira. Num sábado à tarde ele conhece o Marcos Fernando, um rapaz, boa pinta assim como João, cabelos longos também, e várias tattoo da hora, a diferença entre os dois era o sotaque. Sotaque esse que aproximou Marcos Fernando de João, pois Marquinho era uns dos destaques de sua turma, o cara mais pirado e que todas as menininhas com idade mental entre 14 e 15 era afim. Então com o sotaque do João, Marquinho ia ser mais maluco ainda, “tá” ligado?

-E ai bother, vamos sair hoje?
-Pow mermão, tipo assim mano, eu não conheço ninguém daqui truta.
-Cara, você “tá” comigo. Eu, Marquinho, comando essa galera e te digo mais, você com essa sua pinta ai, vai pegar todas as meninas daqui, eu falo por experiência.
-Pow Truta, to muito afim, tá ligado? E se você garante que a parada é de confiança, vamo nessa..
-Blz, a noite passo aqui pra te pegar.
-Certo Truta!

É... João tava muito feliz, a principio achou que aqui era tudo chato, mas agora tava com uma amizade já e uma amizade que tinha influência sobre os outros, melhor ainda.
Sete da noite e Marquinho já buzina na casa de João:

-Vamu cara!
-Ae truta, agora, já?
-Tamo é atrasado.
-Pow, negocio é bom então, já é! Tô saindo truta.

Negócio vai ser doido hoje manu, pensou Marquinho enquanto esperava seu novo amigo João.
João chega ao carro, se cumprimentam e os dois partem rumo à primeira balada de João em Rio Branco, uma cidade que não “tá” brincadeira hein?

-João, vamos tomar umas até dar 1h e vamos chegar na galera esse horário, vou te ensinar uma coisa parceiro: quando você é o centro das atenções, desliga o celular e desaparece um pouco, quando você aparecer mais tarde vai pular todo mundo em cima de você, ai é só pegar as gatinhas. Tendeu?

-Mas...Marquinhos, eu não bebo...
-Como é que é?
-Isso mesmo, eu não bebo. Repete João sem entender o porquê dá surpresa.
-Tu tá doido é?
-Não...
-Mas você cheira né?
-Pior...
-Fuma maconha, cigarro, alguma coisa?
-Não!
-Bicho, tu ta doido?
-Nãão, por quê? O que eu fiz?
-O que você fez? O que você não faz! Você acha que eu quero um careta andando comigo? É o seguinte cara, vamos sair, eu vou beber...e você vai ficar fingindo que ta bebendo, fumando e cheirando comigo.
-Como eu vou fingir? Eu não bebo, não fumo, não cheiro.
-Mas vai fingir, como vou chegar até meus amigos? Como vai ficar minha reputação?
-Cara, que reputação truta? Cê tá loco?
-Tudo bem, vamos pro bar, faça o que você quiser, disse Marquinhos desanimado.
-Tudo bem.

Os dois se dirigiram para o bar, Marquinho começa a beber e nem consegue mais conversar com João, que não se intimida e pede uma coca-cola. Marquinho faz um olhar de reprovação e antes das 12h os dois já encontram a turma de Marquinho.
Pedro, um puxa-saco oficial corre em direção ao carro e fala:

-E ai Marcos, quem é o maluco ai, desce ai, tem uns negócios bom aqui.
-Se você sair da frente eu até estaciono e desço sim, responde ele desanimado.

Enquanto isso a turma toda já fica de olho no novo amigo de Marquinho, principalmente as meninas, pela beleza do rapaz.

-Oi, vamos tomar uma cerveja? Pergunta Fábia.
-Eu não bebo.

Todos riram e comentaram, ele é gozador e descolado, além de bonito, completa Ana.

-Eu não estou fazendo piada, eu não bebo, não fumo e não cheiro, ao contrário da maioria dessa cidade, que DROGA! João deixa o local onde estavam os amigos de Marquinho e sai com raiva.
-Espera João, eu te deixo em casa! Gritou Marquinho.
-Olha, o Marquinho vai deixar o Joãozinho caretinha.

Todos riram e Marquinho saiu sem jeito e por isso, perdeu um pouco do poder e do respeito de todos, até inventar uma historia quando João foi embora.

-Pessoal, eu vou contar para você, o João pediu segredo mas tá foda pra mim. Ele é ex-viciado em tudo, até em crack! Tem um mês que saiu da clínica e teve que parar com tudo, pois, ia morrendo, começou com 11 anos. Ele me contou tudo naquela noite que ele saiu com raiva, a gente tava num bar e ele desabafou, agora vive assim.
-Nossa, ele é muito doidão né? Será que vai poder voltar um dia pelo menos a beber pra gente poder conversar?
-Não sei, mas ele já foi embora, deixa isso pra lá.
-Ei, Marquinho vamos nessa cara, tem um negócio bom aqui!

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E se passou um mês. Um mês desde que o primeiro texto foi colocado aqui. É difícil trabalhar sob pressão... E vê se escreve menos ricardinho, faz parcelado, que a gente faz suspense pro próximo capítulo e ainda tenta faturar uns com os comerciais, ko?